segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Entrevista com a candidata a presidente Sandra Sá


Na reta final para as eleições da ADPEC, a Chapa Compromisso e Independência publica hoje entrevista com a candidata a presidente, Sandra Sá, cuja liderança foi destacada por inúmeros colegas durante a campanha. “Nosso compromisso com a classe está materializado nos resultados positivos colhidos. Nossa independência nos garantiu lutar com altivez pelo que restou deliberado pelo único órgão diante do qual nos curvamos: a Assembleia Geral da Adpec”, reforça Sandra, que se uniu a um grupo de valorosos colegas, dispostos ao diálogo, igualmente comprometidos com as causas defensoriais e, acima de tudo, independentes, característica imprescindível num representante classista.

O que motivou você a se candidatar à reeleição para presidente da ADPEC?
Sandra Sá - Na eleição anterior, fui impulsionada a presidir a Adpec em razão do desafio de buscar nossos pleitos num momento de dúvidas e de crise pelo qual a categoria passava. E como mar calmo nunca fez bom marinheiro, foi enfrentando as dificuldades com coragem, transparência, compromisso e motivada pelo imenso desejo de alcançar os objetivos almejados pela classe que me proponho agora a continuar um trabalho frutífero em prol da consolidação da carreira e do fortalecimento da Instituição.

Como sua trajetória na ADPEC pode contribuir para a atuação da entidade num segundo mandato?
Sandra Sá - Minha trajetória na Adpec se deu inicialmente como militante de diversos movimentos de nossa associação e, mais notadamente, na organização da logística da greve de 2012. Fui parida como liderança classista pelo movimento paredista, portanto minha liderança não fora imposta por minha vaidade, nem adveio de padrinhos políticos institucionais. A função me foi outorgada pela confiança que meus pares depositaram em mim em razão de minha atuação naquele momento de crise. Ao deixar-me conduzir pelos ventos do movimento grevista à função de presidente hoje, direciono com muita convicção minha vontade, meu empenho e trabalho para continuar um trabalho exitoso na defesa da classe. Acredito que minha experiência irá contribuir nas próximas batalhas, pois a confiança que conquistamos na classe e no meio político serão fatores determinantes para o êxito de nossas demandas. Importante salientar que o diálogo com o Parlamento, com o Executivo, com os movimentos sociais e com os associados foram marcas da nossa gestão.

Como a composição da chapa Compromisso e Independência vai ajudá-la no processo de condução da Associação no próximo biênio?
Sandra Sá - A Adpec é um grupo de 346 associados onde todos contribuem para a valorização da carreira de defensor público e o fortalecimento da Instituição, seja no exercício de sua atividade-fim, seja no exercício de função classista, pois o que dá legitimidade a nossa luta de classe é nossa atuação institucional. A nova composição de valorosos e qualificados colegas é o oxigênio novo para a luta pela consolidação de nossa carreira, assegurando-lhe o patamar que nos é assegurado constitucionalmente. Todos os componentes da chapa Compromisso e Independência têm perfil aguerrido, estão dispostos ao diálogo, são comprometidos com as causas defensoriais e, acima de tudo são, independentes, característica imprescindível num representante classista.  Certamente, a nova composição somada à minha experiência será sinônimo de vitórias.

Quais são as principais bandeiras e propostas do grupo para o fortalecimento da Associação, da Defensoria Pública e da carreira de Defensor Público?
Sandra Sá - A prioridade do segundo mandato é o tratamento isonômico dos defensores com os integrantes do Ministério Público e Magistratura. Além da questão remuneratória, iremos empreender esforços para ampliar as práticas exitosas da primeira gestão e corrigir eventuais deficiências. Sabemos que precisamos dar mais atenção aos colegas que se encontram no interior, bem como ouvir os colegas pessoalmente, num diálogo mais próximo que não se restrinja somente às AGEs e eventos da Adpec, razão pela qual além de estarmos mais presentes no interior, também irei periodicamente visitar os associados em seus órgãos de atuação para colher deles sugestões, críticas e opiniões sobre a atuação associativa.

A atuação política da diretoria da ADPEC, ao lado da mobilização de toda a categoria, têm sido marcas dessa gestão. Para o próximo biênio, quais devem ser as prioridades da gestão?
Sandra Sá - A atuação política da Adpec é reconhecidamente exitosa, a habilidade com que conduzimos as negociações sobre a autonomia de nossa instituição fala por si. Importante lembrar que, quando defendemos interesses dos defensores públicos, verificamos que eles estão umbilicalmente ligados às causas populares, razão pela qual é imprescindível ampliar nossa relação com os movimentos sociais, relação tão exitosa que nos levou à final do Prêmio Innovare, ficando entre as três melhores práticas do Brasil, pelo projeto “Mulher Agrária: Autonomia Já”, idealizado pela atual Diretoria Jurídica e de Prerrogativas da Adpec, Elizabeth Chagas, e executado na atual gestão, que trata de levar educação em direitos para o Setor de Gênero do MST. Este projeto será ampliado e, certamente, contribuirá para o empoderamento das mulheres participantes, demonstrando de forma cristalina o papel de agente de transformação social do defensor. Ademais, ampliaremos nossos vínculos com todos os demais parceiros da Adpec como a Federação de Bairros e Favelas de Fortaleza (FBFF), o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), a Comunidade do Serviluz e demais parceiros; e permaneceremos participando ativamente do Fórum Justiça Ceará.

Como avalia o problema do número insuficiente de defensores públicos no Estado e como a ADPEC pretende contribuir para o cumprimento da Emenda Constitucional nº 80, de 2014?
Sandra Sá - A carência de defensores públicos, notadamente no interior do Estado - 73% dos municípios do Estado do Ceará não possuem assistência da Defensoria -, além de obviamente atingir a população vulnerável que fica impossibilitada dos serviços, atinge de forma direta os associados com atuação nas poucas comarcas que contam com a presença de pelo menos um defensor. Há uma influência direta na vida do associado que fica assoberbado de demanda, muitas vezes respondendo por mais de um órgão de atuação. A EC Federal nº 80/14 tratou de determinar que todos os Estados e União garantam pelo menos um defensor público em cada comarca, no entanto, para que tal norma não fique adstrita ao plano abstrato das possibilidades, é necessário que os recursos destinados aos órgãos do Sistema de Justiça sejam equivalentes, pois hoje em cada R$ 10,00 investidos, R$ 6,37 vão para o Tribunal de Justiça, R$ 2,68, para o Ministério Público e apenas R$ 0,95 para a Defensoria Pública.

Qual a sua mensagem para a categoria?
Sandra Sá - Soubemos enfrentar as dificuldades da primeira gestão e estamos preparados e moldados para os desafios que se avizinham. Nosso compromisso com a classe está materializado nos resultados positivos colhidos. Nossa independência nos garantiu lutar com altivez pelo que restou deliberado pelo único órgão diante do qual nos curvamos: a Assembleia Geral da Adpec. Estamos convictos que servimos aos interesses dos associados, confiamos no nosso trabalho e construímos a estrada que iremos percorrer com muita altivez, dispostos ao diálogo, mas intransigentes na defesa das prerrogativas e direitos dos associados.

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